Essas relíquias, que precederam o computador, eram, além de divertidas - pelo menos para quem era criança-, a única maneira de acadêmicos, escritores, poetas e afins transcreverem seus trabalhos.
A minha mãe, formada em Letras, era revisora de português na época que eu tinha lá meus 5, 6 anos e usava uma dessas. Para trabalhar na Universidade, inclusive, ela teve que fazer prova de digitação com uma delas. Quando eu ia ao seu trabalho, ficava escrevendo poemas e brincando de ser gente grande. Isso tudo sem saber que um dia eu me tornaria estudante de Publicidade e a tal máquina de escrever iria se tornar objeto útil para possíveis produções criativas.
Bom, a máquina de escrever não é mais utilizada nos ofícios e locais de trabalho. Mas para artistas, designers e publicitários, as letrinhas típicas formadas por ela são muito valiosas. Acho que quando eu falo dessa tipografia, ela vem a mente de todo mundo, não é? Hoje, a maioria apenas as utiliza no próprio computador. Alguns exemplos que traduzem essa fonte: Courier New, Another Typewriter, Bulky Refuse Type, Hammer Keys, entre outras.
O fato é que, para quem ainda tem uma dessas peças preciosas, utilizá-la de verdade torna uma peça muito mais autêntica. As máquinas de escrever surgiram em 1714, e mais tarde, em 1886, na Alemanha, Ottmar Mergenthaler inventou a Linótipo, que, assim como a máquina de escrever, funde em bloquinhos cada linha de caracteres tipográficos, causando o mesmo efeito da anterior. E adivinhem? Em 2011, essa preciosidade completou 125 anos.
Para quem curte esse tipo de arte, tenho dois vídeos incríveis que encontrei sobre as "Linotypes". O primeiro é um documentário lançado esse ano sobre o tema, chamado "Linotype: the film", aproveitando a data de aniversário em 2011. O filme conta a surpreendente e emocionante história de pessoas conectadas a uma dessas máquinas e como elas impactaram o mundo.
O outro vídeo é um projeto criado em Los Angeles, de uma máquina chamada Ludlow que também produz essas tipografias impressas através de chapas quentes de metal, bem como a Linótipo. Esse projeto foi pago pelo público que apoiava a iniciativa (181 pessoas), através de um site chamado KickStarter, para quem quer iniciar um trabalho, mas não possui renda.
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