quarta-feira, 6 de julho de 2011

Coincidências na publicidade?



Um dos tópicos bastante discutidos quando o assunto é "publicidade" é a extensão
da tênue divisão entre coincidência e plágio. Este é um fantasma assombra qualquer profissional da área da publicidade ou do design em seu processo criativo, pois dificilmente alguém realiza uma pesquisa prévia para se inteirar se houve - ou não - alguma peça anterior à sua que fosse semelhante em algum conceito ou em seu roteiro.


Para muitos, é bastante possível que hajam coincidências em alguns casos, mas também é indiscutível que há pessoas que agem de má fé e acabam se aproveitando de idéias pré-existentes sem dar a elas o devido crédito, realizando, assim, um plágio.


Há mais ou menos um mês, por volta do dia 12 de junho, dia dos namorados, a Vivo lançou nas mídias um comercial que ilustrava a música Eduardo & Mônica, um clássico de quatro minutos e meio do Legião Urbana. E em apenas um dia eles atingiram 1,5 milhão de acessos no YouTube. Não demorou muito para que alguém achasse alguma polêmica nesse novo viral: um comercial produzido para uma outra operadora telefônica, com a mesma música-tema e
com um roteiro muito semelhante. Este novo (ou velho) vídeo foi feito para a ATL, Algar Telecom Leste, no ano de 2002.


Se por um lado os dois vídeos possuem temática e roteiro semelhantes, além de algumas cenas análogas, por um outro, o vídeo da ATL foi exibido em TV por 20 dias e apenas no Espírito Santo, além de possuir um caráter puramente promocional, enquanto o vídeo da Vivo, considerado institucional, foi produzido apenas para exibições on-line, uma vez que tem mais de 4 minutos, o que a impossibilita de ser televisionada. A própria agência responsável pelo segundo vídeo, África, afirmou em nota que "a criação do filme Eduardo e Mônica seguiu o mais puro princípio de boa fé de criação que sempre pautou a agência e seus profissionais".


Imagem do comercial da ATL, 0:56


Imagem do comercial da Vivo, 3:38

Se houve plágio, adaptação, inspiração ou uma simples coincidência, cabe a cada um fazer seu próprio julgamento. Mas é necessário que os publicitários tenham em mente que, por mais que coincidências possam ocorrer, não se deve comprometer uma peça dando a oportunidade de que acusem-no de plágio. Nos tempos em que estamos, onde as mídias se encontram amplamente integradas, não é muito difícil procurar se inteirar de trabalhos anteriores que possam se assemelhar com o que você tem em mente.

Postei assoviando:



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